Degustei o vinho português rosé Pouca Roupa

Recebi aqui em casa outro dia esse vinho do pessoal da Casa Flora, que é a importadora desse e muitos outros rótulos que a gente ama, né?! Não conhecia esse vinho rosé chamado Pouca Roupa, que é português da região do Alentejo. Como gostei bastante dele, quero contar um pouco sobre esse vinho para vocês. Aliás, quero até dar algumas dicas de harmonização que ficaram ótimas com esse vinho. E já deixo aqui para vocês uma dica especial sobre isso. Vinhos rosés são ótimos para harmonizações. A gente pode usar eles como um vinho coringa quando não soubermos o que fazer.

Como mencionei acima, o vinho rosé Pouca Roupa é de uma vinícola da região do Alentejo, chamada João Portugal Ramos. É um blend (blend é a mistura de várias uvas ou de terroir diferente mesmo que seja a mesma uva) das seguintes uvas: Aragonês (mais conhecida como Tempranillo, se chama Aragonês na região do Alentejo, em Portugal), Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon. Quero falar um pouco sobre cada uma dessas uvas, para que vocês consigam imaginar o que beber esse vinho, para vocês entenderem melhor.

Falando um pouco de cada uma dessas uvas, encontramos a Aragonês que produz bons vinhos com estrutura e corpo, se adaptando bem à madeira, o que traz longevidade ao vinho. A Tempranillo ou Aragonês, tem seu período de maturação precoce, então se adapta bem aos locais de clima mais frio. Já a Touriga Nacional é a principal uva de Portugal, sendo uma das que possui maior pigmentação, tem aromas frutados e até florais, produzindo vinhos com bom teor alcoólico e acidez boa. E a Cabernet Sauvignon é uma das uvas mais conhecidas aqui no Brasil, pois a uva é bastante cultivada na Argentina e no Chile. Tem aromas de frutas negras e até algum toque herbáceo. Também tem bom corpo, boa acidez e taninos mais marcantes.

Juntando tudo isso de todas essas uvas, é que foi criado o vinho português rosé Pouca Roupa. Por mais que ele tenha em sua composição 3 uvas bem marcantes na boca por sua estrutura, ele consegue ser fresco, leve para beber fácil e tem aromas deliciosos de frutas vermelhas frescas e até um toque de floral leve. Digamos que uma palavra bacana para definir esse vinho é divertido. É divertido brincar de harmonizar com ele. Tem um teor alcoólico de 12% e a temperatura ideal de serviço é entre 8 e 10%. Perfeito para aqueles dias mais quentes que temos sempre aqui no Brasil. Aliás, um fato interessante é que o vinho rosé tem ganhado mais espaço aqui Brasil. Já era a hora, pois nosso país tem o clima perfeito para bebermos um belo rosé. Alguns vinhos ficam ótimos até em drinks, tomando à beira do mar. Delícia!

A vinícola de João Portugal Ramos é uma das mais importantes da região do Alentejo, que fica a sudeste de Portugal. João é um dos enólogos mais importante de lá e ele conseguiu acumular décadas de experiência com vinhos, primeiro como consultor e depois como produtor, obtendo sucesso em ambas funções. Ele é um dos nomes que está ajudando a revitalizar e modernizar a região do Alentejo, sem deixar de lado as tradições que funcionam até hoje. E eles também trabalham de forma sustentável e com muita responsabilidade social.

Voltando a falar sobre o vinho. Quero dar minha análise para vocês. No nariz, ele tem bons aromas francos de frutas vermelhas como morango e um leve floral ao final. Na boca, ele tem boa acidez, boa estrutura, bom corpo e boa persistência. É equilibrado no geral e é aquele vinho perfeito que a gente pode harmonizar com um salmão grelhado, com um atum em crosta ou até com pratos da gastronomia japonesa. Por ser frutado e ter boa acidez, ele pode até ser harmonizado com um prato de massa com frutos do mar, como um Spaghetti com frutos do mar ou até um risoto de camarões. Ele vai aguentar bem e harmonizar de forma deliciosa.

A faixa de valor desse vinho é de 50 a 70 reais, sendo encontrado principalmente na Casa Flora. Vale a pena experimentar. Eu recomendo.

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