Características básicas do vinho
Seguindo o esquema de mini aulas que estou preparando para vocês (hehehehe), hoje quero contar e explicar sobre 5 características que são básicas em um vinho e sempre temos que procurar e avaliar. Elas são as que definem o vinho. Estou falando da doçura, da acidez, dos taninos, do corpo e do álcool. Todas essas características que procuramos avaliar no vinho, só podem ser sentidas pelo paladar. A gente até pode deduzir uma coisa ou outra pelo nariz e também pelo olhar, mas será a boca que vamos encontrar o veredito final sobre as qualidades ou defeitos daquele vinho. Vou separar todas para poder explicar como e o que são.
– Doçura
Quando falamos sobre açúcar no vinho, falamos diretamente do açúcar residual contido no vinho. Açúcar residual é o que sobra da fermentação do mosto, aquele açúcar que não foi convertido em álcool pelas leveduras durante a fermentação. Podemos descrever a doçura do vinho em alguns termos. Extra doce, quando ele tem muito açúcar e vai ate extra seco, quando ele não tem ou tem pouco açúcar residual. É uma característica que podemos sentir na boca somente. Os termos são extra seco, seco, meio seco, doce e extra doce. Tecnicamente, o vinho seco pode conter até o equivalente a uma colher de chá de açúcar por taça. Para os espumantes, esses termos mudam (falaremos disso quando chegar a vez dos espumantes). Uma curiosidade bacana, é que mesmo com um nível de açúcar igual ao normal, se um vinho tem acidez baixa, ele vai parecer mais doce do que um vinho com mais acidez.
– Acidez
Já que falei sobre acidez, vamos falar sobre isso agora. Sabe aquele “azedinho” que fica na boca quando bebemos um gole do vinho? É o sabor dos ácidos que são provenientes das uvas, e isso inclui o ácido málico e o tartárico. A uva é uma fruta que tem seu Ph ácido, ficando entre 2,5 e 4,5, por isso o vinho é uma bebida ácida. Mas, a acidez é uma coisa boa no vinho, já que é ela que nos faz ter mais vontade de beber o vinho, ela que dá vida ao vinho e em alguns casos, a acidez é um fator determinante para a longevidade dos vinhos (como é o caso dos vinhos da Borgonha). A acidez está diretamente ligada ao nível de amadurecimento das uvas ainda na videira. Em regiões de clima mais frio, onde as uvas demoram mais para amadurecer, os vinhos tendem a ser mais ácidos, ao contrário dos vinhos feitos com uvas de clima quente. Encontrar o ponto certo entre amadurecimento e acidez, é a grande ponto chave para se produzir um vinho com excelente acidez na boca. Como podemos detectar a acidez na boca? Simples. Basta colocar um gole do vinho na sua boca e se sentir a vivacidade do vinho na boca e também uma salivação além do normal, está aí a sua acidez. Basta ir bebendo muitas taças de vinhos diferentes para ter como comparar.
– Taninos
Com certeza você já sentiu o tanino na boca, o identificou, mas não soube que era o tanino. Sabe aquela sensação de adstringência e/ou ressecamento na boca? Então, esse é o famoso tanino. Aliás, ele é o responsável por muitas pessoas se sentirem incomodadas na hora que estão bebendo vinhos secos pela primeira vez (ou nas primeiras vezes). O tanino está presente em muitas frutas e na uva, ele vem principalmente da casca e da semente. São polifenóis naturais que encontramos nas plantas. Encontramos nos vinhos tintos, porque os vinhos brancos são fermentados sem as cascas. Um vinho com bastante tanino, vai provocar uma precipitação das proteínas da saliva, por isso ele vai ressecar mais a boca. Para definir a textura do tanino, a gente passa a língua pela boca, com o vinho nela e sentimos se ele tem uma textura mais fina como veludo, ou se nossa língua sente resistência ao fazer o movimento.
– Corpo
O termo corpo não é científico, mas precisa ser falado aqui, pois ele é muito importante na hora de avaliar o vinho e também para definir o seu estilo. A melhor analogia para vocês entenderem o que é o corpo, é comparar um leite desnatado com o integral. Tem diferença na boca, não é?! O leite desnatado não é mais leve que o integral? Pois bem, é essa sensação de peso que vamos avaliar em um vinho. Todas essas características juntas, essas outras 4 que estão nesse texto, são determinantes para o corpo do vinho. Geralmente, um vinho com menos taninos e menos álcool, tende a ser mais leve. Um vinho com bastante álcool e mais taninos, tende a ser mais encorpado. Não é regra, mas geralmente funciona assim. Doçura e acidez também fazem parte dos itens que influenciam no corpo de um vinho. Geralmente, quanto mais doce, mais encorpado ele é.
– Álcool
O álcool no vinho provém da fermentação dos açúcares do mosto pelas leveduras. Ele se converte em etanol, que não é prejudicial à saúde se ingerido nas doses certas. Algumas uvas, as não viníferas, produzem o metanol durante sua fermentação, que é altamente tóxico e nocivo ao corpo humano. Também é possível adicionar o álcool ao vinho, que é o caso dos vinhos fortificados. O álcool interrompe a fermentação e sobra açúcar. O álcool tem papel importante no aroma dos vinhos, que é o que transporta os aromas até o nosso nariz. O álcool também tem papel na longevidade de alguns vinhos e também traz viscosidade à bebida, ao seu corpo (como mencionei ali em cima). O álcool esquenta a boca (muita gente confunde com a acidez), então quanto mais quente você sentir sua boca, mais alto é o nível de álcool no vinho que está bebendo.
Gostou? Então, compartilha com aquelas pessoas que você sabe que são apaixonadas por vinho. Tenho certeza de que alguma coisa bacana vocês podem adquirir por esse texto. Para mais informações sobre vinhos, tem mais esse texto aqui embaixo que está bem explicativo também. Corre para ler!