Cabernet Sauvignon: conheça uma das uvas mais plantadas no mundo

Bom, existem dados que dizem que a uva mais plantada no mundo é uma que se chama Kyoho, que é uma variedade de uva que produz vinhos de mesa, bem doce, como se fosse uma Moscatel. Em segundo seria a Cabernet Sauvignon e em terceiro, uma outra uva pouco conhecida chamada Sultanina, que é uma outra uva de mesa, branca que tem origem afegã, muito cultivada no Oriente Médio e até nos Estados Unidos, produzindo vinhos muito doces. Mas, se fossemos montar um podium com as uvas que produzem vinhos secos mais plantadas no mundo, ele teria a Tempranillo em terceiro lugar, a Merlot em segundo e a Cabernet Sauvignon em primeiro lugar. A Kyoho é uma uva que não tem tanto prestígio e não consegue muito espaço na mídia, por ser prevalente em países asiáticos como a China. É como se outras uvas sem origem europeia, não tivessem espaço. Mas hoje, quero falar um pouco sobre a Cabernet Sauvignon, que é a uva queridinha dos brasileiros, dos chilenos, a uva principal do corte bordalês e a mais famosa do mundo.

Bordeaux é a terra natal da Cabernet Sauvignon, que nasceu do cruzamento de duas outras uvas famosas que são a Cabernet Franc e a Sauvignon Blanc, em meados do século XVII. É a uva mais cultiva na França e tem um grande potencial de guarda, se vinificada da maneira correta. Ela também brilha no Chile, Estados Unidos, Austrália, Argentina, entre outros países. Aqui no Brasil, é a uva favorita dos brasileiros, principalmente com os vinhos chilenos que são bastante importados para cá. É uma uva de clima frio, que tem uma maturação tardia. Geralmente, produzem vinhos frescos e com bastante taninos.

A Cabernet Sauvignon apresenta diferentes características quando plantada em diferentes lugares pelo mundo. Ela é considerada uma boa uva para ser vinificada, pois se adapta bem a diferentes terroirs. Por exemplo, na França, onde ela nasceu e em outros locais de clima mais frio como Chile, Norte da Califórnia e Norte da Itália, ela apresenta aromas de frutas vermelhas, herbáceos como menta e até pimenta verde, junto com um corpo mais leve e taninos mais marcantes na boca. Já em lugares mais quentes como África do Sul e Espanha, ela apresenta notas de frutas negras e cacau, com maior teor alcóolico e taninos mais macios. Os aromas mais comuns que podemos encontrar nos vinhos produzidos com a Cabernet Sauvignon são de cereja-negra, cassis, pimentão, especiarias e até cedro.

Ao redor do mundo essa uva tem sido explorada, criando vinhos fantásticos, em sua maioria com inspirações bordalesas. A Cabernet Sauvignon é uma uva que vai bem em companhia de outras, para que o vinho fique equilibrado. No Médoc, ela brilha ao lado da uva Merlot e até com alguns toques da uva Petit Verdot. Em outros lugares como Austrália, Califórnia e até na Argentina, esse balanço entre as duas uvas vem sido copiado, resultando em bons rótulos ao longo das safras. São muitas combinações e facetas de uma mesma uva. O bacana é explorar os rótulos ao redor do mundo e descobrir na boca e no nariz, quais diferenças te agradam mais.

Na questão da colheita, o ideal é que ela seja colhida de forma tardia, para que ela tenha seu amadurecimento pleno e para que os taninos presentes de forma intensa na casca, fiquem mais amenizados (se o enólogo não souber lidar com os taninos, o vinho pode ficar tânico demais)e também para evitar aquele aroma de pimentão, que é bem característico quando a colheita é feita antes da hora.

Na questão da harmonização, é necessário saber as características do vinho, para isso é preciso conhecer as regiões de onde ele vem. Geralmente, por ser um vinho tinto com taninos bem presentes, podemos arriscar nos pratos com carne vermelha. Por ter bastante fruta em seus aromas, também podemos harmonizar com pratos de massa que levem ervas (caso o vinho venha de um lugar de clima frio e tenha caráter herbáceo). Tudo depende. Por isso vou bater na tecla que devemos saber as regiões de onde o vinho foi produzido.

Alguns rótulos famosos são produzidos com a Cabernet Sauvignon, seja de forma varietal (onde é 100% da mesma uva) ou em corte (onde se misturam com outras uvas). A vinícola Rutini que fica em Mendoza, na Argentina, produz ótimos varietais de Cabernet Sauvignon e também usam em vários blends, incluindo o vinho mais popular da vinícola, que é feito com a Malbec e a Cabernet. Château Latour, Château Lafite, Château Margaux, entre outros grandes rótulos de Bordeaux, são produzidos com a maior porcentagem em Cabernet Sauvignon. Enfim, muitas vinícolas produzem grandes vinhos a partir dessa uva que é sim a mais famosa do mundo quando falamos de vinhos tintos.

Gostaram? Agora, é hora de abrir uma garrafa de um bom Cabernet Sauvignon e celebrar a vida com a uva rainha dos vinhos tintos.

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