Capítulo 19
No carro eles não falaram muita coisa. Sophie apenas perguntou se a mão dele estava doendo, mas não estava. Ele entrelaçou os dedos com os dedos dela e ficaram assim sem falar muita coisa. Sophie estava se sentindo péssima, uma mistura de envergonhada e também humilhada. Não acreditava que Armand tinha sido capaz de ofendê-la daquele jeito.
Ao chegar na casa de Sophie, eles ficam muito sem saber o que fazer. O clima estava diferente, eles não sabiam o que falar ou o que fazer.
– Quer entrar para tomar um chá ou um café? Está cedo ainda. Não quero ficar sozinha. – Sophie disse, olhando para Armand, que sorriu e concordou com a cabeça.
Ao entrar, foram para a cozinha, mas Sophie antes tirou o sapato e deixou num canto, andando descalça pela casa. Com certeza Marrion já estava dormindo e eles não queriam fazer muito barulho para acordá-la.
– Quer alguma coisa para colocar na mão? Parece estar um pouco inchada. – Perguntou Sophie, enquanto esquentava a água para fazer o chá.
– Está tudo bem. Vou deixar aqui caindo um pouco de água mais fria da torneira. Está tudo bem. – Disse Jacques. Sophie apenas sorriu e foi pegar as xícaras.
Eles conversaram sobre algumas coisas, mas eles estavam chateados ainda. Beberam o chá sentados na mesa, frente a frente apenas se olhando.
– Eu gostaria muito de conhecer seu ateliê, Sophie. – Disse Jacques, sorrindo, tentando saber se Sophie poderia se abrir mais ainda para ele. Ela sorriu e esticou sua mão para que fossem até lá.
Ao chegar na porta, Sophie ficou nervosa novamente. Ela estava prestes a se abrir como nunca para aquele homem. Ela fechou os olhos e abriu a porta, deixando que ele entrasse. Ele entrou e logo ficou admirado, enquanto ela parou na porta e ficou o olhando caminhar lentamente lá dentro do ateliê. Era como se ele estivesse caminhando dentro de sua alma.
– Sophie… Isso tudo é lindo. – Ele disse, de boca aberta, sorrindo. E sua atenção se voltou para o quadro que ela havia feito dele. Ele começou a dar risada. – Eu não acredito que você fez um quadro meu. – Ele olhou para ela, que sorria e fechava a porta atrás dela, caminhando até Jacques.
– Fiz. – Ela fez uma pausa, parando ao lado dele, olhando para o quadro. – Eu queria que estivesse o tempo todo comigo aqui.
– Nem sei o que poderia dizer sobre isso tudo. Você é fantástica no que faz, Sophie. Precisamos mostrar isso para o mundo. – Ele disse, olhando ainda. Ela deu risada.
– É a segunda pessoa que me diz isso somente hoje.
– Você é fantástica. Todos precisam saber.
– Você é fantástico, Jacques. Obrigada por me defender hoje. – Ela disse com sinceridade na voz. Ele parou de admirar as telas e olhou para ela. Caminhou lentamente até perto de Sophie e passou sua mão pela cintura dela, a puxando para mais perto.
– Não existe um mundo em que você possa ser ofendida daquela maneira, nem por uma pessoa embriagada como ele estava. Era o mínimo que eu poderia fazer.
– Mesmo assim. Obrigada. Você foi ótimo.
Jacques arrumou alguns fios de cabelo dela que estavam soltos, colocando atrás de sua orelha. Desceu sua mão suavemente pela pele dela e acolheu o pequeno rosto de Sophie entre suas mãos. Eles estavam sedentos por um beijo. E foi o que aconteceu. Se beijaram como nunca haviam se beijado, com desejo, com paixão e com intensidade. Estavam colados um no outro, envolvidos por seus braços. Sophie nunca havia beijado daquela maneira e sentia seu corpo borbulhar por dentro. E então se olharam, ambos sem ar, ofegantes.
– Me desculpe se estou passando algum limite, Sophie.
– Acredito que as mulheres que trabalham no cabaré estão acostumadas com beijos dessa maneira. – Ela brincou e eles deram risada, voltando a se beijar.
E se beijaram sem parar. Até que Jacques começou a explorar o pescoço de Sophie, com beijos e mordidas leves, que faziam com que ela sentisse todos os pelos de seu corpo se arrepiarem. Eles estavam completamente se amarras, entregues um ao outro. Sophie passava as mãos pelas costas de Jacques, sentindo seus músculos firmes e definidos por baixo de sua camisa. Ela sentiu que precisava parar naquele momento, ou tudo que ela jamais havia feito, iria acontecer ali e ela não queria que fosse daquele jeito.
– Jacques. – Ela disse baixinho, ofegante, ainda sentindo seu corpo borbulhar de tão quente. Ele parou de beijar seu pescoço e a olhou. – Não quero que seja dessa maneira.
– Me desculpe, Sophie. – Ele respirou fundo e se afastou um pouco. – Também não quero que seja assim.
Eles ficaram se olhando, respirando fundo. Seus cabelos desarrumados e ainda morrendo de vontade de continuar se beijando, desesperadamente.
– Tudo bem se a gente continuar só se beijando… – Sophie disse e Jacques sorrindo, voou novamente para seus lábios, sedento de beijos de Sophie.
Ela foi se entregando aos poucos, cada vez mais e estava saboreando cada segundo daquele beijo, cada sabor que vinha da boca de Jacques. E ela estava amando. Quando perceberam, Jacques estava pressionando Sophie contra a parede, completamente fervendo de desejo por aquela mulher que ele estava completamente apaixonado. Sophie jamais havia provado algo perto daquela sensação e pensou que já não poderia mais viver sem sentir aquele desejo todo vindo de Jacques.
– Sophie, eu te desejo mais do que qualquer outra coisa nessa vida. – Jacques disse com os lábios colados nos dela. Ela tremeu de excitação por ele e soltou um gemido suave que fez com que Jacques se esquentasse mais ainda. Ela o afastou, sentindo que se continuassem daquele jeito, tudo iria acontecer ali, naquele momento. Ele se afastou ainda mais e passou as mãos em seus cabelos.
– Melhor ficarmos um pouco distantes agora. Não sei se consigo me segurar se continuar te beijando assim. – Ele disse sorrindo, ofegante, morrendo de desejo por Sophie.
– Sim, sim. É melhor. – Ela disse dando risada, arrumando as alças de seu vestido e ajeitando os fios de seu cabelo que haviam se soltado. Mas não arrumou a tempo de esconder o comprimento dele de Jacques, que viu que se tratava de um longo e claro cabelo, que batia para baixo de sua cintura.
– Eu quero tudo com você, Sophie. Tudo.
– Eu também quero, Jacques. Mas quero na hora certa. Se é que isso existe. – Ela disse e deu risada.
– Também não sei se existe, mas o que eu sei é que eu quero tudo com você. – Ele se aproximou e segurou as mãos dela junto ao seu peito. – Me deixe te chamar de minha namorada, de minha mulher, de meu amor. Me deixe passar a vida ao seu lado, te fazendo a mulher mais feliz dessa existência. Me deixe ter tudo ao seu lado, fazer tudo com você. Eu quero tudo com você, Sophie. Absolutamente tudo.
Ela se emocionou e seu rosto, levemente borrado com batom vermelho por conta dos beijos de Jacques, ficou cheio de alegria e ela mostrou os dentes no melhor sorriso que Jacques poderia receber.
– Eu deixo. Eu quero tudo isso também. – Ela declarou e Jacques sorrindo, a beijou novamente. Mas um beijo leve, gentil e suave, para selar o compromisso que haviam acabado de fazer um para o outro.
A partir daquele momento, eles estavam comprometidos um com o outro.