A Paris de 2019
Já visitei diversas vezes essa cidade que tanto amo e cada vez que estou por lá, tenho impressões diferentes, conheço lugares “novos”, caminho por ruas até então desconhecidas. A parte boa de visitar árias vezes uma cidade como Paris, é que sempre podemos ter coisas bacanas para contar, pois é impossível conhecer tudo de uma cidade grande (morei minha vida toda em São Paulo e nem estou perto de conhecer 50%). Fui duas vezes esse ano para Paris e quero contar a vocês o que achei e o que conheci da cidade esse ano.
Primeiramente, me hospedei em um bairro que não conhecia bem e que fiquei apaixonada (realmente, é um dos bairros da cidade que eu moraria, caso tivesse a oportunidade de realizar esse sonho ao lado do meu love). Estou falando do 7eme arrondissenment. É um bairro que engloba muita coisa e tenho certeza de que todo mundo que já foi à Paris, passou por ele, mas não tem ideia do que ele é. Ele abraça a Champs de Mars com sua Torre Eiffel, temos o Museu do Rodin, os Invalides e também o Museu D’Orsay. É bem grande e cheio de coisas para fazer e conhecer. Ficamos hospedadas bem do ladinho do Museu des Invalides e pudemos fazer tudo a pé.
Com menos de 15 minutos de caminhada sossegada, estávamos ao lado da Torre. Caminhando um pouco mais, chegávamos na Ponte Alexandre III, Grand Palais, Petit Palais, Champs Élysées, etc. Muito bacana. Além de ter uma infinidade de brasseries, restaurantes e um apartamento mais lindo que o outro. Dá vontade de mudar para lá amanhã. Recomendo fortemente que você fique hospedados neste bairro. É um ponto bem estratégico para conhecer o melhor de Paris, além de não ser tão cheio de turistas como outros lugares da cidade.
Como nem tudo são flores, preciso contar sobre algo que está acontecendo e que eu nunca (em nenhuma das outras vezes que visitei a cidade) havia visto. Ratos. E não são poucos, nem pequenos e nem afastados das pessoas. Ratos grandes que correm no meio dos turistas, em locais turísticos. Estou falando de praças como a Place des Invalides e também daquela parte bem em frente a Torre onde ficam dois quiosques de crepes. Sim, eles estão em vários lugares da cidade e eu nunca havia visto isso, pois os bichos ficam escondidos. Não, lá eles correm no meio da gente, em lugares que qualquer pessoa pode se sentar para comer algo ou admirar uma paisagem.
Não consigo imaginar como isso pode ser perigoso (bom, eu sou o extremo, pois admito que tenho um sério TOC com limpeza, então só de imaginar que meu sapato passou por um lugar onde um rato possa ter feito xixi, já me dá pesadelos, tanto que lavei a sola de todos meus sapatos que usei lá) e como eles estão se multiplicando. O xixi do rato é uma das coisas que mais transmite doenças e que pode sim matar uma pessoa. Então, fiquei bem decepcionada com isso. O senhor presidente Macron fica querendo cuidar da nossa Amazônia e não cuida de seu próprio país. Ratos em áreas urbanas é algo perigosíssimo.
Bom, também preciso contar que bem quando estávamos lá, aconteceram dois fatos relevantes. Primeiro, a morte do ex presidente Jacques Chirac, que é considerado por muitos como o presidente mais querido que a França já teve. Tivemos a oportunidade de ver o Macron passando de carro, vimos a fila de mais de 5000 franceses que assinaram o livro de condolências ao presidente e tudo mais. O funeral estava sendo no Museu des Invalides, ao lado do nosso hotel, por isso vimos tudo. Vimos até o carro com o corpo passando, para ir ao cemitério.
O policiamento na cidade estava bizarro. Como muitos chefes de estado do mundo todo estavam por lá, era mais policiais que turistas em Paris. O risco de ter um atentado era realmente bem alto. No dia em que eu estava saindo de Paris e indo para Lisboa, houve um ataque a policiais no centro de Paris, deixando mais de 4 policiais mortes, em um ataque a faca. O assassino foi abatido. Caramba! Essa semana por Paris realmente foi bem agitada.
Tive a oportunidade de assistir desfiles em três lugares bem bonitos que também não conhecia. No salão do Hotel Intercontinental Le Grand (que fica de cara com a Ópera Garnier), onde assisti 5 desfiles de alta costura, todos maravilhosos, um lugar lindo e super charmoso. E também conheci o Palais de la Découverte, que é lindíssimo por dentro e por fora e fica bem atrás do Grand Palais, com fácil acesso. Por fim, conheci o Palais de Tokyo, que tem um espelho d’água lindo na sua entrada, com decoração minimalista por dentro e um lugar perfeito para fazer desfiles de moda. Amei!
Para comer, confesso que em nenhum momento conseguimos ter tempo para buscar um restaurante bacana para comer. Como foi uma loucura toda essa semana, optamos por comer sempre em Brasseries, que era bem mais rápido e sempre tinha uma no nosso caminho. Somente no último dia que a Jeny e eu fomos para um pub que eu já conhecia, que fica em uma das travessas da Champs Éysées. Mas olha, já adianto que Paris nunca esteve tão cara para os brasileiros. Com o valor alto do Euro, qualquer refeição fica acima dos 100 reais (se você fizer a conversão).
Todo mundo estava me falando sobre o excesso de imigrantes que estariam nas ruas de Paris, principalmente pelas avenidas principais, como a Champs Élysées. Porém, eu não vi nada além do normal. Aliás, eu até achei que houve uma redução no número de pessoas nas ruas, comparando com minha visita de Abril. Não sei se agora existe um esquema onde eles ficam recolhidos em algum lugar, mas eu achei a cidade com poucas pessoas nas ruas pedindo esmolas. E também achei que o número daquelas pessoas que querem enganar turistas (com o truque do anel ou o truque da prancheta) também reduziu. Num geral, achei até a cidade mais segura (não sei se por conta de todo o policiamento que estava tendo aqueles dias).
Outra coisa que fiz diferente dessa vez, foi que cheguei na cidade pelo aeroporto Charles de Gaulle (como já fiz algumas vezes), mas como meu tempo estava reduzido, precisei pedir um Uber para chegar ao hotel. Sempre vou de trem que custa em média 10 euros e me deixa no centro de Paris. Mas eu não teria tempo para isso e pedi um Uber. Levei mais de uma hora para chegar ao hotel e custou 55 euros. Uma facaaaadaaa! Mas foi preciso. Para ir embora de Paris, fui pelo aeroporto de Orly, que não conhecia. Ele fica um pouco mais perto da cidade e o Uber até lá (gente não dava para ir de metrô e trem, pois eu estava com duas malas enormes e pesadas) custou 38 euros. Achei o acesso e o esquema desse aeroporto bem melhor que o CDG, que para mim é um gigante que sempre me perco.
Resumindo, cada vez que visito Paris saio de lá com gostinho de quero mais. Amo demais essa cidade. Lembro-me da primeira vez que sai de Paris. Minha vida estava completamente diferente e eu fiquei triste (mentira, eu chorei muito mesmo) por ter que ir embora, pois não sabia se iria voltar um dia. E olhe só as voltas que a vida dá. 8 anos depois da minha primeira visita à Paris, já fui até lá inúmeras vezes e agora, eu sempre saio de lá feliz, sabendo (tendo a certeza) de que um dia, em breve, vou voltar. Tenho um caso de amor muito profundo por Paris e sei que essa cidade é a minha favorita ever e jamais, algum outro lugar vai conseguir tomar o seu lugar no meu coração. Amo Paris e cada vez que vou, é algo diferente que tenho para compartilhar com vocês. Dessa vez, segurem que vem muita moda por aí.
Je t’aime, Paris!